Steven M. Demorest & Peter Q. Pfordresher (2015)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA [APA style, 6th Ed.] + LINK
Demorest, S. M., & Pfordresher, P. Q. (2015). Singing Accuracy Development from K-Adult: A Comparative Study. Music Perception, 32(3), 293-302. DOI: 10.1525/MP.2015.32.3.293
https://mimm.mcmaster.ca/publications/pdfs/293.full.pdf
O QUE SE QUIS INVESTIGAR?
- Existirão diferenças em termos de afinação entre crianças de diferentes idades e adultos em tarefas de performance vocal?
- Qual é a relação entre as pontuações obtidas por julgamento humano e aquelas obtidas por análise acústica (tecnologia)?
COEM QUE CONSISTIU A INVESTIGAÇÃO?
Os investigadores utilizaram dados de três estudos prévios com participantes de diferentes idades (adultos, alunos do 6º ano e crianças em idade pré-escolar), mas que realizaram as mesmas tarefas: (a) eco do mesmo som repetido 4 vezes (sol); (b) eco de um intervalo com sons repetidos (sol-sol-mi-mi); e (c) eco de um padrão (sol-mi-dó-sol). Foi ainda solicitado aos participantes que cantassem uma canção familiar (Parabéns a vocêno caso dos adultos e crianças do 6º ano; Twinkle, twinkle, little star no caso das crianças do pré-escolar). As performances vocais das três tarefas foram analisadas de duas formas: (a) por meio de algoritmos de extração de frequências e (b) por juízes que atribuíram um ponto a cada som cantado afinadamente. A canção foi avaliada por meio da escala já publicada (Wise & Sloboda, 2008) e apenas utilizando juízes.
QUAIS FORAM OS RESULTADOS?
A afinação melhora substancialmente entre crianças do pré-escolar e do 6º ano. No entanto, a tendência reverte quando se considera o resultado dos adultos (estudantes universitários). A razão apontada como mais provável é o facto da afinação ser resultado da experiência (ou seja, enquanto as crianças têm música curricular na escola têm mais oportunidades para cantar) e não do desenvolvimento (enquanto maturação). Na tarefa de cantar a canção familiar descobriu-se que os mais novos eram os mais afinados, o que contraria os resultados de outros estudos. No entanto, os investigadores referem que a diferença se pode dever ao material musical em si (as crianças do pré-escolar cantaram uma canção com uma extensão de 6ª enquanto que os restantes cantaram uma canção com uma extensão de 8ª). Descobriu-se ainda que as pontuações atribuídas via uso de tecnologia e via juízes têm uma alta correlação, especialmente quando se analisa som a som. Isto significa que neste caso a tecnologia será uma boa opção.
QUAL É O INTERESSE PARA A MINHA PRÁTICA?
Uma vez que as políticas educacionais não incluem a Música ao longo de todo o percurso de escolaridade obrigatória, o papel dos professores/educadores passa por: (a) potenciar o uso da voz cantada desde a infância; (b) passar a mensagem de que “cantar afinado” está ao alcance de todos através da prática, ainda que não tenham tido sucesso até então.